Tão de longe se foi, tão perto se fez...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Sabíamos que o fim chegaria tão rápido como o soprar do vento e tão gelado como a chuva, escuro como a noite, tristonho como o crepúsculo, o ultimo visto, por ele, por nós, por nós, apenas nós.

Escondendo no passado a amargura de uma vida arruinada. A que céus dizer que uma bela vivencia se transformaria num inferno na terra. E o céu um mero portal ao infinito, a salvação de uma alma, por ela condena, por ela destina a paz eterna.

Céus, dizia a todo o momento. À lagrima que cobria seus olhos vermelhos, o desejo de voltar ao passado, a ter que fazer tudo de novo. E quem dera se pudéssemos voltar, fácil demais, tão simples. É ter que viver com seus erros, com toda sua dor, com todo seu ódio, com toda sua arrogância. Seu desprezo tão mortal aos humanos. Suas lágrimas caiam em cristais, espatifando-se no chão... Ah quem viu, há quem não vistes.

Apenas o vazio...

terça-feira, 3 de agosto de 2010



Pior que cortar os pulsos é o vazio que preenche sua alma. Pior que sofrer de amor é estar calado diante do próprio silencio. Seu espelho se quebrou, seriam setes anos de azar? Caminhar sobre os próprios cacos e sangrar sem sentir a sua dor. Algo queimando em seu estomago. Sim! Esta morrendo e não há nada que possa fazer para se salvar. O mundo gira, a hora voa e você não a vê. Parado no tempo, você ficou. Morreu no passado, sonhando com o futuro. E viver o presente em ruínas foi o seu castigo. Chorando sua má sorte, o céu não é mais azul. E lágrimas de sangue banharam a lua. Você matou todos que habitavam ao seu lado e se suicidou em agonias. Porque não morre? Ainda vivo este é o castigo original. Condenado ao seu inferno, queimando sua carne mortal. E odiando aos homens por sua existência. Odiaria também a existência de sua falecida alma.

E além das montanhas é possível ouvir o leve sopro do vento, dizendo... ‘Quanto mais se tenta sobreviver, mas se morre e não há nada que se possa fazer, para salvar sua própria pele’. E assim, se vive morrendo todos os dias. E a cada dia, o que lhe predomina é apenas o vazio de um céu sem cor.

Este é o inferno, sinta-se a vontade!

Quando o sol nascer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Veja-se queimando e não poder sentir a dor, é horrível. Sentir-se impotente de não sentir a queimação em seu próprio corpo. Presenciar o seu fim e não poder saborear o gosto da dor. Morrendo e não poder questionar a morte. Deixar-se cair e não ver-se caindo. Ver a dor de outros e ser incapaz de sentir-se doendo. Enxergar pessoas se contorcendo de dor e ser insensível. Estar diante deles e vê-los chorando e você sorrindo. Você faria, daria de tudo para sentir-se queimando. Para sentir-se doendo. Para sentir-se triste, chorando. Para sentir o gosto da morte. Lagrimas, lagrimas e o fogo queimando sua carne, pessoas contorcendo a sua dor, e lagrimas, lagrimas apenas caindo, sofrimento, você esta caindo, caindo e não há um fim. A morte lhe faz vivo quando deveria estar morto. A vida lhe faz morto quanto que deveria estar vivo. Dois mundos, um único ser, um único vazio, um único parecer. A luta constante, a procura sem fim pelo seu fim. A procura pelo irreal, o olhar para fantasia, o momento mágico, a música ilusória, as vozes que vão além do que poderia ouvi-las. O que ele vê? O que ele viu? A inconstante procura pelo seu ser, a desistência de existir. Desmotivado, caindo em contradição. Perdido no mundo, uma miniatura. Ele é irreal, é louco, é o vazio, é a solidão, é o sofrimento, é a dor. Não negaria tamanho sofrimento sem sentir. Você foi e é tudo. Por isso a incapacidade de sentir, sentir, sentir... Ele disse... Estou enlouquecendo, não existo, estou louco, louco, louco. Eu não existo, eu não existo, eu não existo. Ele morreu, e preso a terra ficou. Sofrendo pela sua procura. Ele é irreal, irreal. Cortando-se, deixando o sangue caminhar pelo seu corpo e admira-lo. Queimando-se, ele esta queimando, mais não se sente queimando. Testando os limites de um ser humano real, ele morre todas as noites e renasce toda manhã. Ele anseia por renascer à noite e morrer quando o sol nascer.

Vazio

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tudo estava tão escuro e vazio. O frio preencheu todo aquele quarto e gritos de agonia foram ouvidos naquele momento. Fleches, imagens percorreram sua mente. Embora quisesse tanto se livrar de tais pensamentos, porém, o quão difícil e que se fazia impossível de se fazer. O medo, o pavor aquele calafrio tomou conta de todo seu ser. Subia a garganta o grito angustiado, a cachoeira de lagrimas que não se derramara. Preso as suas próprias angustias ele ficou. Difícil buscar o alivio para a alma, o cansaço era imenso, a mais de milhões de pedras sobre sua cabeça, seus pés acorrentados, estava assim, predestinado a passar toda sua existência ali e se já não bastasse carregando o peso de suas magoas passadas. Então ele clamou, rastejando ao chão sujo e gélido, assoprando as mãos para aquecê-las. Impossível assim se fez, quando por si descobriu, ali acima de um mundo torturante o quão era frio quanto o quarto em que se mantera preso. As mãos gélidas sobre o peito, sentindo seu corpo de pedra, e que ali dentro não batia um coração. Assustado com suas descobertas, tentou fechar os olhos, mas de nada adiantará pois, olhos de vidros eram os seus. Se debateu a cada canto, procurando por algo que pudesse aquecê-lo, por algo que pudesse fazê-lo sentir. Algo que o motivasse a sentir-se vivo, outra vez... Contorcido, largado ao chão observou por momento ao teto do imenso quarto escuro, cujo qual havia sido iluminado por algo. Mas tão fraco o brilho se fez, e em tão poucos segundos se desfez diante de seus olhos de vidro. Em seus olhos uma lagrima deixou cair, por hora se jogou a rir de sua própria melancolia.
Ali, ele fora a ensinado a se conformar com seu corpo de pedra em forma humana, apenas via, mas não sentia. Apenas existindo em seu mundo fechado e sombrio. Existindo apenas de reflexos. Sofrendo a dor de uma angustia que se quer existia, rindo a gargalhada de seu desespero a sua existência. Condenado estava, eterno assim se fez quando tentou o suicídio e que por ventura do destino, era imortal.

Fantasia

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quando a ultima luz se apagou, meus olhos se fecharam diante de um mundo que eu jamais compreenderia. Talvez não o mundo e sim, eu... Eu não compreendia meus sentimentos, muito menos minhas ações para tal. E de pensar que o mundo era confuso sendo que eu sou este, o ser mais confuso a todo resto do mundo. Às vezes consigo dar sentido a coisas que acontecem sem ao menos eu esperar por isto, às vezes consigo ter o sentimento que procuro, às vezes consigo me encaixar em pequenas partes deste mundo.

E se já sonhar que poderia ser um perfeito imperfeito, meus pés subiram acima do chão, se dizer que chegou às nuvens seria de tamanho o exagero, mas não... O verdadeiro sentido é estar nas nuvens e viver a mais pura fantasia.

Todos nos usamos uma mascara, seja ela qual for sempre irá representar o contrario do que realmente somos, mostramos. Do que dirá uma mascara de palhaço, se por trás dela quando desmascarada, representa um ser humano fraco e infeliz?

Procurei pelo meu próprio ser, me vestir de todas as maneiras, seja verdade ou mentira eu seria uma grande mentira, pois eu vivo de fantasia e o leve soar da canção antiga ainda assombra o meu velho e perfeito mundo. Não fazendo pouco causo, digo que vivo muito bem com meus fantasmas e me desmascarar seria arrancar minha própria face.

Isto não tem fim, a não ser esperar que o mundo acabe... A mim!

Vivencia.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


Em algum lugar justo além da névoa. Espíritos foram vistos voando, como o relâmpago conduz seu caminho... A caminho da escuridão.

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Fim de tarde ainda avistava o campo verde, dourado pelos raios de sol. Caminhei, contemplando o céu azul escuro. E nenhum momento desejei estar onde estava, adentrei a uma floresta escura e fria. Pensei por um momento olhar para trás, mas controlei tal desejo. Segui em frente observando o que nada via. Talvez senti medo, porém aquele lugar frio, sombrio me atraia a cada vez mais as tuas profundezas. Eu gostava do que sentia. Sim, eu estava aonde eu queria. Bem longe de tudo, apenas eu e mais ninguém. Não senti falta da luz, gostava do que via ou pensava ter visto. Senti medo, gostei e procurei por mais.

Quando longe já estava, mais adentro a floresta eu seguia. Me deparei com uma ponte, senti um leve arrepio vindo do fundo da floresta, olhei acima arvores imensas e assustadoras, então eu ri, me girei por alguns momentos. Não me hesitei em cruzar a ponte até chegar ao outro lado. Balancei de um lado ao outro, então olhei a baixo imenso e profundo era tal rio, o mesmo me chamava a baixo, difícil foi dizer não. Contive tal desejo, pois sabia que mais frente meu desejo seria realizado. Cruzei a ponte sem olhar atrás, senti o cheiro das arvores, da terra molhada então pude ouvir galhos e folhas caindo, pássaros com suas canções lindas e tão melancólicas e isto me fazia bem. Então pude ouvir meu coração.

Segui em frente sem dificuldade alguma para chegar em qualquer lugar. Enquanto mais perdida já estava, mais eu queria me perder. Notei que o caminho se perdera e ponte não existia desnudo tudo estava este era o fim da floresta, me senti feliz. Sabia que desde o momento em que entrei na floresta nunca estive sozinha, em nenhum momento.

Parei por um momento a beira do precipício pude então respirar, bloqueando minha audição, apenas sentido a leve brisa tocar meu rosto. Enquanto o sol se despedia eu me despedi. Um único vôo e libertei minha alma enquanto meu corpo beijou a morte.







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