Ando em meio as trevas... Existo em muitas pessoas dentro deste corpo o qual possuo, mas não o vivo.
Sorrio alegremente para os seres humanos do mundo a fora, sofro por dentro para minhas pessoas. Tenho raiva, tenho ódio delas. Umas me querem bem que até tentam me confortar e motivar para tentar viver uma única vida. Outra não deixa, sempre barra o caminho e eu caio novamente. Mas, existe uma outra! A que bate na cara das outras a me deixar fria e insensível por algum tempo até que este caia do pedestal e tudo de novo se inicia. É a motivação a ansiedade de querer viver, é a energia não tão bem centrada que logo se esgota me deixando na mão a que me arremessa as profundezas de um oceano, é a que me fortalece embora me deixa cruelmente fria e sem sentimentos algum. Em meio a estas trocas consigo sentir-me, e estou gritando, gritando, eu sufoco. Eles me possuem, tomam conta dos meus pensamentos e nada mais é meu nada é meu nem eu mesmo sou de mim.
Nenhum ser humano é capaz de saber o que realmente se passa com minhas pessoas e não obstante conseguem me tirar dentre os arames farpados. Se me movo aqui, me movo ali, impossível escapar há sempre uma adaga apontada para minha cabeça. E, então eu existo, eu apenas existo para com minhas pessoas. Respiro, e isto as mantém vivas. Se eu não os faço, eles me machucam. E eu que costumava ser tão forte... me mutilam em meus próprios pensamentos. Há muito tempo deixei de viver. Eles me roubaram de mim.